O caso da Ingrid Guimarães com a American Airlines repercutiu uma realidade que muitos passageiros enfrentam e reclamam: o serviço das companhias dos EUA.

Comparado com empresas aéreas de outras partes do mundo, o atendimento das companhias com sede nos Estados Unidos têm a fama de não tratarem bem os passageiros.

Mas, quais os motivos que levam algumas das maiores companhias do mundo a não se preocuparem com o serviço oferecido aos passageiros? Reuni alguns motivos para compartilhar com vocês.

História da aviação comercial nos Estados Unidos

Há décadas, os Estados Unidos são base de algumas das maiores e mais famosas empresas de aviação comercial.

Quando o serviço começou a se popularizar, nos anos áureos da aviação, empresas como PanAm e TWA tinham a fama de servir uma experiência premium. Afinal, na época, uma viagem de avião era, de fato, um grande status.

Ao longo dos anos, o serviço foi massificado e a grande demanda acabou fazendo com que as empresas diminuíssem a qualidade para servir a quantidade.

Hoje, enxerga-se que o foco de muitas companhias dos EUA é simplesmente levar o passageiro de um ponto A até um ponto B, sem se preocupar com o atendimento oferecido ao longo do caminho.

Burocracia para o turismo e falta e concorrência

De forma bem generalizada, quem já viajou um pouco pelo Brasil e por por outros países sabe que o atendimento dos Estados Unidos não é o mais agradável do mundo, principalmente se você é estrangeiro. A gente consegue perceber isso antes mesmo de entrar no país, com o tratamento na imigração e a passagem pelo controle de segurança.

O que é algo bem negativo, considerando que os EUA já têm uma grande burocracia para o turismo. Seja para entrar para passear em destinos do território ou mesmo para fazer conexão nos seus aeroportos, você obrigatoriamente precisa de um visto – que é caro e não é simples de ser conseguido.

Essa dificuldade para os passageiros impede que que muitas companhias de fora queiram investir em ofertar viagens para os Estados Unidos ou dentro do país.

Enquanto vemos empresas de outras regiões do mundo querendo oferecer o melhor serviço para serem escolhidas, os Estados Unidos acabam limitando a concorrência devido as burocracias e, com isso, não fazem questão de conquistar o cliente.

Das 58 empesa aéreas que operam no país, apenas 3 tem atendem mais de 50% do mercado. Isso significa que: ou você viaja com as empresas americanas ou você simplesmente não voa a determinados lugares do país.

As companhias dos EUA como empregadoras

Em geral, as companhias dos EUA não têm uma boa relação com seus funcionários. É como se a empresa e seus colaboradores não fossem parceiros. Então, o relacionamento complicado entre as partes impacta no serviço final.

A realidade é que, sem essa identificação com a empresa onde trabalha, os funcionários não almejam assumir o compromisso de ser representante da companhia ou absorver problemas dela.

No caso da Ingrid Guimarães, por exemplo, o problema foi integralmente da companhia que estava com um assento danificado e não poderia transportar um dos passageiros. Ao invés da tripulação assumir a responsabilidade pela empresa e tentar resolver a situação com o cliente, eles transferiram o problema para ela e a coagiram para “solucionar” a situação.

Tripulações sem hierarquia

No caso da Ingrid Guimarães, ela relatou que vários comissários se envolveram na situação, obrigando ela a se retirar do seu assento. Em um caso de problema a bordo, geralmente é o chefe de cabine que assume a situação para dialogar com o passageiro.

Porém, outra coisa que pode acontecer é que nem toda companhia aérea ou nem toda operação designa um chefe de cabine. Ou seja, não há um superior para resolver imprevistos. Isso também acaba gerando um conflito maior, com várias pessoas discutindo e dando ordens ao mesmo tempo.

Considerações

Infelizmente, mesmo a American sendo uma das maiores companhias do mundo, isso não é sinônimo de oferecer um bom serviço. Há quem já tenha tido boas experiências voando com ela, mas a recorrência de pessoas que reclamam sobre o atendimento é bem grande.

Particularmente falando das principais companhias dos EUA, a United e Delta são um pouco melhores nesse quesito.

No caso que repercutiu com a atriz Ingrid Guimarães, foi um imenso erro e desrespeito da parte deles expor e coagir um passageiro sobre um problema técnico de uma aeronave.

Inclusive, publicamos aqui quais os direitos que um viajante tem em um caso semelhante. Recomendo que você leia e aprenda se prevenir para não acabar prejudicado pelo mau serviço das empresas aéreas.

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