Direitos dos viajantes com cordão de girassóis
Você possivelmente já deve ter visto algumas pessoas por aí com um tirante verde de girassóis amarelos no pescoço. Nem todo mundo sabe, mas essas pessoas têm direitos especiais quando estão viajando. Nesse post, vamos passar algumas informações para que as pessoas com direito ao cordão de girassóis possam ter algumas facilidades e como as demais pessoas podem ajudá-las em aeroportos, estabelecimentos e outros ambientes públicos.
O que é o cordão de girassóis?
Esse tirante estampado é uma identificação de pessoas portadoras de deficiências ocultas. Isso é: possuem alguma condição de saúde física ou mental que não é perceptível à primeira vista.
O uso desse acessório foi formalizado pelo governo brasileiro através da Lei 14.624/23, incluindo a identificação no Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Mesmo que essas deficiências sejam não visíveis, ainda assim, elas podem deixar o indivíduo suscetível a alguns riscos, desconfortos e incômodos em situações que, para a maioria das pessoas, são totalmente normais.
Quem tem direito a usar o cordão de girassóis?
O que determina quem pode usar cordão de girassóis é a condição de saúde da pessoa. Inclusive, o cordão por si só não é garantia de direitos. É preciso um diagnóstico médico para atestar a deficiência oculta e essa informação costuma estar pendurada em um crachá ou num cartão preso ao tirante.
Normalmente, essa identificação contém a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) com a assinatura de um médico ou mesmo um QR code que leva para o laudo oficial do diagnóstico. Além disso, dados como contato emergência, alergias e outras informações importantes também podem ser adicionadas.
O cordão, em si, é apenas um indicador visual para que o portador da deficiência oculta não precise estar apresentando documentos médicos ou se justificando em situações sociais.
Ainda não existe uma lista oficial de condições consideradas deficiências ocultas. Mas, algumas das pessoas que possuem direito a usar o cordão de girassóis são as portadoras de:
- Deficiência auditiva;
- Deficiências cognitivas;
- Autismo;
- Alzheimer;
- Pessoas com uso de próteses para suporte de deficiências fĩsicas não aparentes;
- Pessoas com condições de risco e de bem-estar.
Quais os direitos de quem usa o cordão de girassóis?
As pessoas que são portadoras de deficiências ocultas costumam ter dificuldades ou riscos em situações rotineiras ou repetitivas, como aglomerações, ambientes com sons elevados, grandes períodos de espera em pé ou acesso a um determinado lugar sem acompanhamento ou suporte.
Por isso, elas possuem alguns direitos em espaços públicos que tenham filas preferenciais, assentos de espera e acesso facilitado para deficientes.
Quais os direitos das pessoas com deficiências ocultas em aeroportos
Em aeroportos, os check-ins, embarques e imigrações costumam ser lugares com filas, espera e tumulto. Por isso, as filas preferenciais também são um direito para pessoas portadoras de deficiências ocultas.
Em situações em que não haja uma fila específica para atender esse grupo, o cordão de girassóis e a identificação da condição são ferramentas para o pedido de prioridade, garantindo a segurança e bem-estar da pessoa com deficiência oculta.
Inclusive, alguns aeroportos e companhias aéreas ao redor do mundo são apoiadoraes do projeto Cordão do Girassol Oficial – HD Sunflower. Ele surgiu com uma equipe de atendimento a passageiros no Aeroporto de Gatwick, na Inglaterra, justamente como uma forma de facilitar os processos de viagem para pessoas com deficiências ocultas.
O que fazer se uma pessoa com o cordão de girassóis precisar de ajuda?
Pessoas com deficiências ocultas não precisam, necessariamente, viajar acompanhadas ou com suporte da equipe de solo dos aeroportos.
No entanto, ao viajarem sozinhas, elas podem estar suscetíveis a determinados desconfortos e crises. Por isso, é importante que as pessoas ao redor possam ajudá-las de forma adequada.
Se pessoas com o cordão de girassóis estiverem acompanhadas, possivelmente elas vão comunicar para quem estiver ao redor sobre a condição do deficiente.
Caso essas pessoas estejam desacompanhadas e você note que elas estejam desconfortáveis ou com algum mal-estar, seja educado, ofereça uma água e pergunte o que você pode fazer para ajudá-la.
Se possível, chame algum funcionário do aeroporto para dar um suporte mais adequado e particular, evitando que a situação chame a atenção, que muita gente ao redor comece a se aproximar e que isso acabe deixando o viajante com deficiência oculta mais nervoso e exposto.
Também existem alguns ícones que podem identificar necessidades e orientações sobre a condição da pessoa no seu crachá. Isso também facilita para que você possa oferecer um suporte adequado – veja aqui.
Viajante com Síndrome Vasovagal
Para esse post, contamos com a ajuda de uma viajante e seguidora do Estevam Pelo Mundo que possui Síndrome Vasovagal, uma condição de saúde que provoca desmaios frequentes por estímulos específicos.
Longas esperas em pé, por exemplo, podem levar pessoas com essa deficiência oculta a desmaiarem. Por isso, para evitar que durante um check-in, embarque ou imigração essas pessoas tenham uma dessas crises e acabem ficando desacordadas e em uma situação de vulnerabilidade e exposição, elas podem receber prioridade de atendimento.
Ela relatou para a nossa equipe que, em geral, as equipes dos aeroportos estão cientes sobre o cordão de girassóis e atendem com preferência quem está com a identificação.
No entanto, ela também já enfrentou situações em que funcionários mal informados não permitiram o acesso dela à fila preferencial e, enquanto esperava na fila convencional, ela teve um dos episódios. Apesar de estar acompanhada de familiares nessa ocasião, em uma viagem sozinha, seria ainda mais delicado enfrentar essa situação.
Por isso, a identificação no cordão dela também é importante nesse cenário, possibilitando que alguém que estivesse por perto, além da equipe do aeroporto, pudesse ajudá-la através das informações do crachá.
Considerações
Você já sabia dessas informações sobre o cordão de girassóis?
Se você conhece alguém que pode aproveitar esses direitos ou outros viajantes frequentes, compartilhe esse post com eles. Acreditamos que, quanto mais pessoas souberem sobre esse assunto, melhor podemos ajudar os viajantes com deficiências ocultas a viverem experiências mais confortáveis e tranquilas.
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6 Respostas para “Direitos dos viajantes com cordão de girassóis”
Sou portadora de fibromialgia e uso o cordão Girassol em viagens por diversos paises. Infelizmente parece que muitos funcionáriod de aeroportos ainda desconhecem o significado. Tenho que dar maiores explicações e isso é muito chato. Espero que muito em breve já seja mais fácil ser identificado pelo cordão.
Boa tarde, Michele!
Também sou portadora de fibromialgia e vou utilizar o cordão de girassol para minha viagem aos EUA. Sabe se o cordão dá alguma prioridade na fila da imigração, também? Depois de um longo voo, tenho certeza que as dores estarão beirando ao insuportável e ficar horas na fila da imigração já me bate um desespero rs
Muito necessário, pois as doenças ocultas são de origem na moioria das vezes autoimunes e de fundo emocional, e como não são visíveis muitas vezes são irrelevantes para muitos, contudo se faz necessário comprovação, para assim não ser colocado em qualquer indivíduo que talvez não necessitem.
Viajei com minha filha, portadora de uma doença rara mas de difícil identificação visual e o colar ajudou muito. Tanto na passagem da segurança quanto na cia aérea. Saímos do RJ para Florianópolis. Lá fomos ao parque do Beto Carreiro que também tem funcionários bem treinados e muito atenciosos com crianças atípicas. Agora uso o colar em vários lugares públicos, como shoppings e parques abertos. Importante disseminar o conhecimento.
Olá minha esposa é deficiente visual ( cega) este cordão ajudará ela nos aeroportos e viagens?
Como ela faz para adquirir este cordão?
Olá, Marcio! Tudo bem? Sim, esse cordão pode ajudar sua esposa. Basta que, junto com o tirante, ela tenha a identificação da deficiência que possui com um laudo ou validação médica, como explicamos no post. Alguns estados brasileiros oferecem o cordão gratuitamente para pessoas deficientes, mas eles também são vendidos em diversas lojas online.